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junho 2022

Envolver os candidatos nas quatro fases do seu percurso emocional

No nosso mundo digitalmente conectado, os candidatos pesquisam numa variedade de fontes de informação sobre os seus potenciais empregadores e as suas decisões são influenciadas emocionalmente pelo conteúdo que consomem online. Ao fazê-lo, formam uma perceção subjectiva da empresa, procurando estabelecer uma ligação significativa com ela.

Do outro lado da barreira, as empresas que estão a recrutar continuam muitas vezes a seguir um processo linear e transacional quando lidam com os candidatos. Isto reflecte-se na linguagem que utilizamos ... identificar, contactar, avaliar, negociar, fechar... Que clínico e pouco inspirador!

Quais são as consequências deste desfasamento? Duas observações:

  1. Os candidatos de hoje baseiam as suas decisões numa combinação de factores RACIONAIS e EMOCIONAIS. Procuram ser INSPIRADOS pelos seus potenciais empregadores. Com base no conteúdo que vêem, ouvem e lêem, os candidatos formam uma impressão das empresas. Podem afastar-se da oportunidade de contratação ou aproximar-se dela, simplesmente com base nas suas próprias percepções, influenciadas pelo conteúdo com que se envolvem.
  2. Para corresponder à viagem emocional do candidato, o processo de recrutamento tradicional tem de ser potenciado e DIGITALIZADO em cada fase do processo para INSPIRAR e PUXAR o candidato através do recrutamento.

De acordo com a minha experiência, poucas empresas conseguem verdadeiramente colocar-se na pele dos candidatos e envolvê-los a um nível emocional. No entanto, não é assim tão difícil. Requer apenas um pouco de empatia corporativa para atuar sobre os quatro fases do percurso emocional do candidato.

Fase 1 Consideração: "De que trata esta oportunidade?"

Nem todas as empresas têm o poder de contratação da Google ou da Apple. Onde é que o candidato vai obter informações sobre a empresa? Uma vez, um cliente disse-me que se orgulhava de a sua empresa ter apenas um esqueleto de sítio Web. O seu raciocínio? "Se o candidato conhece o sector do petróleo e do gás, deve conhecer-nos. Caso contrário, não vale o nosso tempo".

Facto curioso - 18 meses depois, foram à falência.

Qual é o plano da sua empresa para causar uma boa primeira impressão? Sabe como é que os seus candidatos consomem os seus conteúdos, o que é que os cativa verdadeiramente? Tem um plano concreto para tornar essa primeira impressão duradoura?

Fase 2 Interesse: "Porque é que hei-de investigar isto?"

Agora que já tem o candidato fisgado, como é que se desenvolve essa interação inicial? É aqui que entra a liderança. Os grandes empregadores encontram formas de envolver significativamente os seus líderes no processo de contratação, para além da mera entrevista. Podem ser coisas simples mas significativas, como dar feedback oportuno e acionável aos candidatos (não tão comum como se pensa) em vez de um vago "mantê-los quentes". Além disso, as empresas com experiência digital farão uma utilização concertada de várias técnicas multimédia para manter o diálogo com o candidato.

Fase 3 Convicção: "Como é que eu me vou integrar?"

Esta é uma das perguntas mais importantes com que os candidatos se deparam, mas é também a mais difícil de responder. Os bons candidatos vão para além do Glassdoor para fazer a sua devida diligência. Falam com actuais e antigos funcionários da empresa e pesquisam no YouTube, Reddit e Quora para perceberem como se podem encaixar. Em última análise, estão a tentar obter uma sensação autêntica da cultura da empresa, para além da missão/visão/valores do sítio Web que, inevitavelmente, têm todos o mesmo aspeto e sensação.

Os empregadores devem antecipar-se a estas questões e dispor de recursos interessantes para partilhar com os candidatos sobre "como fazemos as coisas por cá".

Integração na fase 4: "Como é que posso começar da melhor maneira possível?"

Os candidatos bem sucedidos estão ansiosos por começar com o pé direito. São líderes naturais (claro, uma vez que os contratou), mas espera-se muitas vezes que sejam meros espectadores da sua própria integração. Pelo contrário, os melhores programas de integração são, em grande parte, conduzidos pelos funcionários. São just-in-time, não just-in-case. Na minha experiência, os fracassos da integração nas empresas resultam do facto de se concentrarem demasiado no QUE (por exemplo, conteúdo das funções, formação em sistemas e processos) e não o suficiente no QUEM e no PORQUÊ (envolvimento das partes interessadas, valores e comportamentos). Muitas destas questões podem ser resolvidas pedindo ao novo empregado para moldar, ou mesmo conceber, o seu próprio plano de integração.

As empresas que envolvem emocionalmente os candidatos na sua marca de empregador através de intervenções tangíveis e intangíveis, tal como uma marca de produto faz na comercialização da sua marca e dos seus produtos, aumentarão a sua taxa de sucesso. 

A boa notícia é que pode haver método para a loucura. Ter uma campanha de envolvimento de talentos digitalmente potenciada (e, eventualmente, até avançar para uma abordagem mais estratégica centrada na marca em relação à contratação), tal como uma campanha de marketing, aumentará significativamente as hipóteses de sucesso e ajudará a empresa a destacar-se num mercado de talentos concorrido e competitivo.

Arnaud Despierre
Sócio sénior e líder da região da Ásia
PT